terça-feira, 10 de setembro de 2024

BAM BAM



BAM-BAM MIL ESTÓRIAS


Essa é a estória de Bam Bam um cara esperto demais
curtia um rock com a galera e ia a igreja com os pais,
não tinha medo de bandido e nem de policiais 
e toda noite se drogava junto com uns marginais.

Tirava onda de playboy o maioral das peruas
sempre o sucesso do pedaço o gostosão das vadias
numa só noite o Bam Bam umas duas comia
e sempre acordava sozinho, tinha uma vida vazia.


Conforme a situação driblava como ninguém
nunca perdia a razão e sempre se dava bem,
de classe baixa o baixinho tinha uma ginga da hora
não tinha tudo que queria mas era sempre "gabola".


A cara de bom mocinho que ele mostrava no rosto
só escondia o inferno que possuía seu corpo, 
jogava o jogo da vida e lançava sempre um decreto:
"o sol nasce pra todos e a sombra é pros mais espertos".

"Bam Bam mil estórias mentia bem
e contava medalhas de um outro alguém,
era um cara capa anti-original
e achava aquilo tudo tão legal"


Era o orgulho do pai e a mãe ficava tão besta
quando via o Bam Bam discursar nas igrejas,
ludibriava mocinhas, descabaçava veados
e pousava de santo na igrejinha do lado.

E foi crescendo o marmanjo com a fama se espalhando
e com seis meses já estava com um carrão esbanjando.

Fim de semana se dopava com os trecos que vendia,
enchia sua mala de dinheiro e muita droga na linha,
sempre aos domingos curtia o rock dos revoltados
e roubava a cena de todos dançando muito dopado.


Pois o Bam Bam queria tudo e tudo ele tinha
mas só faltava ao seu lado uma bela guria
pra dividir os prazeres comprados pelo dinheiro
pois já tinha noção de que na vida tudo é passageiro.

"Bam Bam mil estórias mentia bem 
e contava as vitórias de um outro alguém,
era um cara capa anti-original 
e achava aquilo tudo tão normal".

Encontrou uma bela guria e até pensou em casar
mas o seu ego cego e nojento infectado por vícios 
 conseguiu ser o bastante pra não tentar mudar
e só o empurrou ainda mais pra perto do precipício.


Essa era a vida de Bam Bam brincar com o mau e com o bem
mentir pra Deus e o mundo só pra poder se dar bem,
mas como tudo na vida tem seu começo e fim
não me estranha que essa história também seja assim.

(***)

No domingo tava escrito e sua mãe sentia em casa
a sensação de que perdia alguém que tanto amava.
Impaciente a coitada se apegava com Deus
se nem ao menos saber da merda que ocorreu.


A meia noite um tiroteio bem em frente a pracinha,
não despertou curiosos, pois isso sempre tinha.
Mas sua mãe que queria se aliviar de algum jeito
abriu a sua janela e viu no chão um "sujeito".

Quando a polícia chegou e na ambulância partiu
levando um corpo que no peito uma bala atingiu,
com uma bíblia não mão e uma arma no bolso
pela primeira vez sua mãe sentiu tamanho desgosto,
era o bastardo Bam Bam ainda de paletó
que teve tudo nas mãos mas escolheu seu pior.

O pai ficou com as lembranças que a terra nunca destrói 
sua mãe ficou com a carteira com emblema do Bad Boy.

E no velório todo mundo reunido, ninguém podia perder
O momento em que o Bam Bam nada podia fazer,
em meio a tantos comentários um dizia:
Boa sorte pro diabo que vai perder sua freguesia.

Bam Bam mil estórias mentia bem
mas já não conta medalhas de mais ninguém,
um cara que sempre achou o maioral
agora é um cara comum sem o seu mundo real.




19/08/1999



domingo, 22 de maio de 2016

Café ou suco?

Depois de uma noite de amor intenso, acordar e vê-la sair do banho, cabelo ainda escorrendo a água, pingando e molhando o chão, ela reclamando das olheiras, e eu achando surpreendente como ela fica mais linda pela manhã, sem maquiagens e totalmente natural, sem nenhum penteado e totalmente a vontade, usando minha camisa velha dos Engenheiros do Hawaii.

É nessas horas que ela me fascina, sua beleza simples e gritante, seu sorriso de vergonha quando me pega observando-a e ver meus olhos de admiração, se perguntando o que estou vendo de mais nela vestida apenas com a minha camisa G, que parece um vestido nela.

Penso que quando ela se maqueia: "ela apenas esconde o que há de mais belo nela" e me sinto honrado e vê-la assim.

Ainda deitado na cama, naquele estado de admirador, desenhando com os olhos o seu corpo, decorando cada detalhe e cada "defeito", ela chega perto com seu hálito de hortelã perguntando o que há e por que estou assim. Respondo que não há nada e somente estou pensando em como acordei feliz.

Levanto-me e vou fazer um café pra mim e um suco de laranja para ela e pensando como ela é diferente, nem gosta de café, não lê os mesmos livros que eu, não assistiu meu filme preferido e acha minhas músicas coisas de louco. Me perguntando o que ela viu em mim, magro, franzino e muito diferente dos "malhados da baladinha", fico sorrindo de canto com aquele pensamento.

E depois?

Ela voltará ao meu recanto, ou apenas não virá mais e nem retornará minhas ligações?

Não sei e tenho até medo de ficar sabendo.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

As ondas planas

As ondas do mar, seguras e breves, sempre se renovando, sempre vindo de uma forma e voltando de outra, perfeito vai e vem, com mudanças quase que imperceptíveis, com a igualdade totalmente diferente. Belas, fortes e breves, como todas as coisas boas costumam ser. Não seja como um surfista durante a vida, não fique a espera da melhor  onda, surfe cada ondulação que a vida te der, molhada ou seca, não importa, surfe-a, enfrente-a, mesmo que ela te derrube tente outra, e outra, e sempre...

Quem diria, aqui estou eu escrevendo quase uma auto-ajuda, falando baboseiras melosas como se eu fosse um bom exemplo disso, aqui estou na beira da praia observando tudo e ao mesmo tempo nada, creio que quem passa por mim aqui, alguns poucos que passam e notam minha presença ou até mesmo alguém que pare para me olhar quieto (curiosos sempre tem para observar), devem pensar eles: Deve estar ali aquele garoto sozinho e quieto, deve ele ser solitário, pois em pleno carnaval não está nas ruas festejando como tantos outros.
Mas não creio que pensem isso, não creio que alguém se preocupe com minha presença ou com o que tenho a pensar. Sou só mais um, apenas mais um. Mas confesso que estou a observar aquela família a 40 metros de mim que estão a empinar pipas para divertir as crianças, suponho que em suas casas as contas estejam pagas, sua feira esteja feita e farta, suponho que eles de fato estão felizes e tranquilos. Estou a observar também a poucos metros outra família, moradores de rua, instalados embaixo de dois coqueiros, três crianças junto a eles a observar as outras crianças da família feliz empinando pipas. Vendo os olhares dos pais resolvidos e felizes em direção as outras crianças da família da rua. É notável o jeito estranho e nojento desses olhares, mas creio que esses pais felizes e resolvidos costumam postar no Facebook que: São contra o preconceito, racismo e discriminação social, creio que milhares de pessoas costumam fazer isso o tempo todo e todo o tempo. Querem parecer pessoas boas, livres de culpas, tentam se isentar da merda nada democrática em que vivemos.

E as ondas do mar, onde foram parar? Elas param? Incessante elas são, só mudam, na ida e na volta, sempre, e assim somos nós, mudamos o tempo todo, sem nos dar conta, negando, insistindo em não parar para nos auto-avaliar, dói bem menos observar e apontar os erros alheios do que os nossos...

Fico por aqui, por hoje, escrevendo sem foco, escrevendo para não parar, fico por aqui com meus pensamentos e observações sem consistência.


José Mabson
08/02/2016

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

ESFUMAÇANDO

03:13 da madrugada, você sente aquela rotineira vontade de tomar um café bem quente pra tentar trazer o sono pra você, œ, sem intenção, o café que sempre me socorre e faz companhia nessas horas, todos os dias, a vários anos já. Mas o café também pede companhia, não apenas do seu engolidor que o bebe sem degustar, se não tem açúcar, tudo bem, se está doce demais, tudo bem também. Ele quer sim algo a mais, um cigarro, um cigarro sempre faz bem, há quem diga que não, mas sempre faz bem. Cigarro, café, madrugada, poesia, pensamentos, insatisfação, problemas, dificuldades, preocupações...
Não existe nada que motive mais a escrever do que tudo isso junto, situação perfeitamente cabida aos estímulos. Mas enfim, sobre o que escrever? Fácil de responder. - não precisa ter um tema, precisa simplesmente ter como e onde escrever e as letras vão formando silabas, palavras, frases, parágrafos, e vai, vai saindo, programar não rola, não rola pensar muito pra escrever.
Aqui sentado, fumando e baforando esse cigarro barato e fedido, no escuro, observando a sutileza da fumaça que parece bailar, se movendo sem vento algum, impulsionada apenas pela força inicial do sopro sem força dado pra aliviar o prazer que se tem ao dar uma puxada de fumaça pra dentro dos pulmões (em bom estado ainda), você então observa aquela fumaça que saiu concentrada, numa força apenas, ela se espalhando, desfazendo-se da forma inicial que se fez ao sair.
A fumaça, vai sumindo e bailando no breu, suavemente... "suavemente vem na mente suave varias lembranças", lembranças que  já nem fazem tanta diferença se forem arquivadas ou externadas, o tipo de lembrança que você diz pra você mesmo em pensamento: Caramba! Eu não acredito que fiz isso!!!
Outras lembranças te fazem perguntar: Por quê que eu fiz isso? A vida de fato é uma caixa de surpresa.
Observando a fumaça que sai e se desfaz pensei nelas como pessoas que passam na sua vida.
No começo o fogo é a essência de tudo, você acende, ingere por vontade, sente prazer, sente-se saciado e libera, mas era sabido que no maço de cigarros contém 20 unidades quando você o abre, você libera, mas quer sempre mais.
Eu sou bem isso, a vida é isso, nós somos isso, as pessoas são como a fumaça, você libera depois do prazer, e em pouco tempo você ja deseja outro prazer, depois outro, depois outro...
Pessoas, fumaça, elas sempre se vão, se desfazem, mudam sua rota mesmo sem traçar suas rotas, é a liberdade.
Escrevendo aqui, meu café esfriou, já liberei algumas vidas (fumaças), não me doeu fazer isso, creio que doeria se eu mantivesse presa em mim a fumaça (pessoas) que me faz mal, (ou bem, depende do ponto do observador) regar pra ver crescer algo só por egoísmo seria um futuro desprazer. 03:54 da madrugada, e eu ainda aqui, desabafando através dos meus dedos, e o que é pior, comigo mesmo. Quem diria, aquele menino que tinha nojo de cigarro, que sempre colocava água no café pra deixar morno e ingerir sem reclamar da quentura ou de seus lábios a despelar...
 
 
 
 

José Mabson
21/01/2016

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

PURA PUTA, "IMBUTIDA"

Pura puta imbutida

Bêbado, confesso, é assim que hoje venho aqui no blog, com um livro que já deveria estar entregue na editora, e ainda não consegui enviar. Mas não vem ao caso tais motivos, hoje o blog completa dois anos, 201 postagens, muito pouco atraente diria ser esse blog, caiu na mesmice, os conteúdos já não tem a idéia inicial, Diria que se tornou um blog fantasma, sem a empolgação que iniciou, e sem a atenção que deveria ter.
Enfim, é por satisfação que sempre venho aqui descarregar meus gritos, se alguém ouve, agradeço, se não, obrigado.
Acho que talvez tenha chegado a hora, ou chegou só o momento, enfim, a postagem de hoje vai sair por sair, se irá entrar não sei, mas, esta aí...

...depois de tantos planos, desejos, sonhos, delírios,
Queríamos apenas um beijo,
Queríamos apenas um toque...
Mentira, era tudo charme
Queríamos era trepar, foder,
Só escondemos isso por cautela
Pra valorizar a tal espera.

De instante já quis te ver de quatro mas, preferi, chegar
Massagear, induzir, saber,
Ouvir teu corpo falar, pra saber
Do que ele está afim.

Bons minutos longos a te chupar
Teu corpo em êxtase,
Senti minha boca molhar,
Saindo de ti, minha cara lambusar.

Belo cú, doce, amargo, limpo...
Minha boca, lá, buceta e cú
Sem receio de te degustar
Ah, como és boa, que ruim.

(***)

Sabe o que é legal? Você ter alguém, trepar, se satisfazer, sabendo que é ilegal...

(***)

Os papos quase não fluem pessoalmente, na presença, os corpos e desejos são mais atraentes. Teus seios por foto de nada me aliviam , tua bela bunda delícia, sua vasta buceta vadia, nada disso me alivia.

Muito foda te fuder sem pena
Muito foda te ver feliz assim
Quando se arreganhas, e pede:
Fode sem pena, sem dó em mim.

Não, tu não és puta, elas são,
Até as casadas que te julgam
Essas casadas que não gozam
Te criticam, por inveja...

Mulher, seja vadia dia, de dia,
De noite, na pernoite, seja vadia
Mas não se prenda, a ninguém
Vem aqui, goza e sai. Pede mais..

Adorei, meu pau em ti, quente
Tu molhada, buceta envolvente
Adorei, teu cú alargando
Senti ele me chamando.

(***)

Sabe o que é ridículo? Quando a puta não é a certinha que se diz pura, bate o medo e receio de ser descoberta, mas me diz, o que há de errado em alguém foder, trepar, dar, transar,  como se sente feliz?
Machismo em dizer o que é certo ou não de uma mulher fazer?
Domínio é dizer o que é certo ou não uma mulher fazer...

Vem cá, faz o que te peço
Me chupa, me engole, faça certo
Esquece o medo e me dá
Esse cú já todo esperto.

Mulher adora sim fazer amor, mulher adora sim sentir prazer,
Coisas novas agradam sim
Embora as velhas, também.

Tua cara de puta na rua não me atrai,
 tua cara de santa na rua
Em nada me distrai,
Mas seja puta pra mim
Seja pura pra pra você,
Seja a mulher que quiser ser...

(***)

Mas me diz, porque só é puta a mulher que procura ser feliz sem se oprimir?
Bom, pra mim, tu es puta sim, e das piores, só não tem honestidade de assumir.

José Mabson
27/12/2015