Tantos miseráveis adoráveis,
Quantos miseráveis,
Miseráveis vidas que lutam por um pão,
Vidas que só mendigam atenção.
Em cada esquina, ruas ou becos,
Dia após dia sobrevivendo mortos,
Vistos sem respeito algum,
Na verdade não são vistos por ninguém.
Vida na rua, vida de rua,
Vida nua, vida crua,
Secreções humanas a céu aberto,
Sangue e pus! Escorrendo por valas.
O corpo fede, é podre a boca,
A pele já não tem mais cor,
As mãos nojentas que só pedem
São as mesmas lambidas nas refeições.
Fezes, urinas que banham e perfumam
Um nariz que nem sente mais cheiros,
Roupas que só escondem o sumo do corpo,
Trapos que só escondem os órgãos genitais.
Seres humanos que te assustam,
Seres ou humanos?
Isso nos perguntamos.
São canibais em viver a vida,
Devoram-se vivos vivendo mortos.
Medo ou pena sentimos?
Preconceito ou precaução?
Misturar-se ou manter-se distante?
De um ser ou humano que mais parece bicho?
Usam roupas que do frio não protege,
Imundice ou inocência?
Será o único jeito de viver?
Nesse caso, viver pra quê?
José Mabson 29/10/12
Dedico este singelo poema a todos os moradores de rua,
por mais que eles achem que não são notados, na verdade são notados e
ignorados, às vezes são vistos nem como seres humanos, que sente fome, frio,
dores... Cuidado com as humilhações com um mendigo ou a qualquer pessoa, você
pode ser o próximo "mendigo".
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