AMOR, SAUDADES OU DEPENDÊNCIA?
Domingo, 31 de maio, 6:45 da manhã, dentro do ônibus após esperar 58 minutos no ponto de ônibus pra tentar chegar em casa o mais rápido possível pra tentar também aproveitar o domingo dormindo. Não estava em minha mente começar a escrever algo agora, dormir e descansar era o meu foco até então, mas estou dentro de um ônibus lotado numa manhã de domingo e por sorte sentado, nem tanta sorte por que tem uma senhora de média uns 75 anos roncando ao meu lado. Pensei em escrever po...r que um senhor de 82 anos ( ele falou sua idade) desceu na entrada do cemitério.
O fato de descer na entrada do cemitério também não é o motivo pelo qual eu estou escrevendo aqui, agora, e sim pelo papo do senhor viúvo com o motorista durante 22 minutos que foi o tempo gasto da subida até a descida do senhor.
Viúvo a 32 anos, aposentado a 36, aposentado pelo exército brasileiro, nenhum filho, hoje sem nenhum parente além sobrinhos filhos de seus dois irmãos já falecidos, sobrinhos tem vários que nunca chegou a conhecer e talvez nem chegue devido ao esquecimento dos outros para com ele. Só, no mundo, esse simpático senhor todos os domingos toma café da manhã com sua falecida esposa
no cemitério Parque das Flores aqui em Maceió, por 32 anos segundo ele nunca faltou um domingo, segundo ele não mais teve relacionamento no modo geral com mais ninguém, fala que ela foi suficiente mulher para compensar a sua ausência física por esses 32 anos.
Me perguntei por umas 3 vezes: isso é amor ou excesso de solidão?
E não achei explicação, não encontrei sentido, mas encontrei sinceridade a cada palavra dita por ele durante seu percurso da porta de casa onde fica um ponto de ônibus até o cemitério onde não tem parada de ônibus, mas o motorista do ônibus é sempre o mesmo de todos os domingos e faz questão de parar mesmo sem ter parada na entrada principal do cemitério.
Outra coisa que me fez sorrir espontaneamente e admirado foi em ver o brilho nos olhos do senhor na hora da parada, um olhar belo e sincero um sorriso nitidamente natural exposto que talvez ele nem perceba que tem, seu jeito era como de um garoto de 13 anos vivendo seu primeiro amor, e creio que com esse senhor foi e será seu primeiro, único e último amor.
Eu bruto, aqui chorando ao escrever, eu bruto, as vezes chego a acreditar que realmente existe amor.
Domingo, 31 de maio, 6:45 da manhã, dentro do ônibus após esperar 58 minutos no ponto de ônibus pra tentar chegar em casa o mais rápido possível pra tentar também aproveitar o domingo dormindo. Não estava em minha mente começar a escrever algo agora, dormir e descansar era o meu foco até então, mas estou dentro de um ônibus lotado numa manhã de domingo e por sorte sentado, nem tanta sorte por que tem uma senhora de média uns 75 anos roncando ao meu lado. Pensei em escrever po...r que um senhor de 82 anos ( ele falou sua idade) desceu na entrada do cemitério.
O fato de descer na entrada do cemitério também não é o motivo pelo qual eu estou escrevendo aqui, agora, e sim pelo papo do senhor viúvo com o motorista durante 22 minutos que foi o tempo gasto da subida até a descida do senhor.
Viúvo a 32 anos, aposentado a 36, aposentado pelo exército brasileiro, nenhum filho, hoje sem nenhum parente além sobrinhos filhos de seus dois irmãos já falecidos, sobrinhos tem vários que nunca chegou a conhecer e talvez nem chegue devido ao esquecimento dos outros para com ele. Só, no mundo, esse simpático senhor todos os domingos toma café da manhã com sua falecida esposa
no cemitério Parque das Flores aqui em Maceió, por 32 anos segundo ele nunca faltou um domingo, segundo ele não mais teve relacionamento no modo geral com mais ninguém, fala que ela foi suficiente mulher para compensar a sua ausência física por esses 32 anos.
Me perguntei por umas 3 vezes: isso é amor ou excesso de solidão?
E não achei explicação, não encontrei sentido, mas encontrei sinceridade a cada palavra dita por ele durante seu percurso da porta de casa onde fica um ponto de ônibus até o cemitério onde não tem parada de ônibus, mas o motorista do ônibus é sempre o mesmo de todos os domingos e faz questão de parar mesmo sem ter parada na entrada principal do cemitério.
Outra coisa que me fez sorrir espontaneamente e admirado foi em ver o brilho nos olhos do senhor na hora da parada, um olhar belo e sincero um sorriso nitidamente natural exposto que talvez ele nem perceba que tem, seu jeito era como de um garoto de 13 anos vivendo seu primeiro amor, e creio que com esse senhor foi e será seu primeiro, único e último amor.
Eu bruto, aqui chorando ao escrever, eu bruto, as vezes chego a acreditar que realmente existe amor.
José Mabson
31/05/2015
Adorei!!
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