quinta-feira, 20 de março de 2014

Clicks

Estou em divida com meus poucos/muitos leitores, uma segunda e uma quinta sem postar, desculpas não irão me redimir.
Mais é isso ai.

No texto de hj, mudando mais uma vez nosso estilo de escrita, fala-se um pouco sobre nossa tecnologia.
Teremos a participação especial no de hoje, Lídia Sousa, obrigado por sua ajuda nessa minha hora de desespero sem idéias.
Espero que gostem.


Clicar, é tudo que basta pra você se comunicar nos dias de hoje.
Abreviar, geralmente incorretamente, mas também é tudo que basta pra você ser compreendido. Nos novos tempos modernos antigos que mais evoluem para a comunicação em tempo real, um click, para uma foto, uma vasta velocidade que assusta, uma superexposição ou uma superexibição? O prazer que antes era sentido ao esperar ou escrever uma carta ou tirar uma foto e só ver o resultado muitos dias depois, esse prazer só está na lembrança... Uma imagem única de momentos únicos, e se por acaso a fotografia não tivesse um bom resultado? o que fazer? Hoje você decide o que fazer no momento exato do click de uma câmera, e antes? Só restava apenas aceitar um rosto mal centralizado, os olhos fechados, a boca entreaberta, um vento surpresa despenteando cabelos, em fim, apenas era possível torcer pra que saísse como desejado.
Clicar é tudo que basta, grandes negócios, pequenos prazeres, um click, resultados imediatos, vícios da modernidade de pessoas que futuramente não saberão como cumprimentar outras pessoas, mas ainda falta-nos praias virtuais, carros fixos ou acoplados á um sofá, um mundo totalmente em 6D...
Um click, um susto imediato ou um prazer retardado?
                Alguns toques é preciso para conversar, não vejo mais diálogos, várias pessoas sentadas em uma mesa, poucas palavras faladas, muitas digitadas. Então? Pra que se reunir? Se realmente não estamos reunidos?
                Mil emoções, reações e ações não passam de sobrancelhas levantadas e lá se vão apenas mais alguns clicks. Será que um sorriso é riso? Somos o que somos sem a cortina que mais nos divide e une, o que vale a pena? Nem percebemos mas a falta que a falta faz.
                Esses clicks que tanto nos ajuda, também nos atrapalha, estamos voltando ao tempo das cavernas, onde não se conversava, apenas gesticulava... hoje apenas clicamos.
                Clicks, toques, touch, apertar, mover o mouse, ascender, apagar, tudo ao nosso alcance, e tudo também distante.
                Enfim... tudo perto e tudo longe.

José Mabson, VinyUchôa e Lidia Sousa

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