sexta-feira, 25 de julho de 2014

MISTO DE UM

Difícil escrever algo que nunca foi escrito ou pelo menos pensado, talvez seja por isso que muitos dizem que não conseguem nem escrever uma redação ou pelo menos começar uma, outros nem se atrevem a começar. Atrevimento seria a palavra certa? eu não vejo assim, encaro mais como: gritar o que está preso, expor sentimentos, esvaziar a cabeça...
                   Por mais que se use as palavras repetidas, frases com mesmo conteúdo apenas com palavras mudadas, na verdade as palavras foram feitas pra serem ditas, ouvidas e lidas. O modo qual você as juntam não te fazem poeta, escritor ou algo do tipo, mas te torna verdadeiro se você consegue ser verdadeiro quando passa o sentimento que também é verdadeiro.Bom, hoje não sei como começar quando na verdade já comecei, de tantos temas que me vieram a cabeça durante a semana não acho justo escolher apenas um, e não sou tão paciente o suficiente pra deixa-los na espera para próxima postagem. Então hoje vou juntar duas coisas que já tenho escrito e guardado de anos atras e juntei os dois e também 3 quadros que pintei na mesma época. 



                                                                     MISTO DE UM


Incessantemente escrevo,
escrevo pra não parar 
nos meus caminhos tortos 
que sempre tento consertar.

Deixo de mim a razão
com folhas escritas à mão,
onde me mostro a quem não vê,
me mostro a que sabe me ler.

Amanhã o que será não sei,
no meio de tudo não me sinto,
mas sinto que o único jeito é sentir,
sentir o que escrevo de mim.

Não adianta tirar-me o que não tenho,
nem me adianta ser 100% de empenho,
quero apenas poder querer
o mínimo que seja de vontade de escrever.

(...)

Um destino incerto
sem saber ao certo
se o que está mais perto
foi o ontem ou será amanhã.

dos momentos que ficarão
e dos desejos que virão
de uma vida imaginada
por falta de opção.

Uma mesada posta na mesa,
uma porta que pouco importa,
um quadro nem tão retangular
ou algo sem coisar.

Um minuto de silêncio  
que dura o infinito
um segredo bem guardado
que até já perdeu sentido.

Frases refeitas ou perfeitas
numa completa simetria
onde ninguém se metia.

Essa rotina, aquela cortina
que hoje na parede disfarça 
um quadro que ali já ficou
com uma foto de um fato 
de um jeito congelado
que parecia o futuro
de um passado
de um presente atrasado.

Um tapete no teto,
uma telha no chão,
um disco dos beatles,
um gibi do cascão,
tudo parece tão igual,
mas é normal,
eu, você, nós dois...
Foi apenas ilusão.



José Mabson
 Últimos Dias 26/10/2007
Parou 02/11/2008




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