Muitas pessoas vivem numa selva de pedra, já faz muitos anos
que vivo numa selva de mato ( Cidade do interior). Esta selva
é tão injusta quanto a primeira. Enquanto a selva de pedra te
ilude dando as ferramentas para você correr atrás dos teus sonhos fúteis,
a selva de mato te oferece tão pouco, poucas oportunidades
para teu desenvolvimento financeiro e intelectual,
mesmos rostos de sempre, a mesma acomodação,
você cada vez se sente mais limitado.
Me sinto um tubarão preso em um aquário.
Quem mora no interior ou já morou sabe do que estou falando.
Na poesia abaixo me atrevi a roubar um verso
do poeta Gonçalves Dias - canção do Exílio
Está aí minha singela "homenagem" a cidade do interior,
espero que gostem.
Selva de Mato
Minha terra tem palmeiras,
Mas eu não vivo de mato
De tédio logo me mato
É melhor deixar de asneira
Tapar o sol com a peneira
É viver de ilusão
Logo deixo esse mundo de cão
E moro por outras beiras
Aqui na minha cidade
Tem gente muito mesquinha
De alma pequenininha
Que vive numa falsidade
Eu não tenho amizade
Com pessoas dessa laia
Que fica numa justa saia
Jurando sinceridade
O povo vive na calçada
Sem ter mais o que fazer
E nem tempo a perder
E com a língua afiada
A vida do outro difama
sem ao menos perceber
que por isso ele fazer
suja seus próprios
pés de lama.
Por mim um cavalo passa
Em seguida passa um boi
Mais um dia que se foi
Êta vida mais sem graça
Não que eu não goste de animais
Gosto muito da natureza
Mas te falo com franqueza
Dessa vida eu espero é
mais.
.
Desse povo eu nada espero
Já estão é conformado
Estão todos acostumados
A esse futuro severo
Desculpe-me ser tão sincero
É que às vezes me canso
De ver o povo tão manso
Vivendo a esquerda do zero.
De nada vale a liberdade
Que temos dia a dia
Se não tivermos cultura
De nada vale fartura
Isso tudo é hipocrisia
Nada disso é verdade.
AUTOR: ALVARO BUARQUE
AUTOR: ALVARO BUARQUE
Nenhum comentário:
Postar um comentário