segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

(***) DINHO

Eu vejo a fraqueza do homem
quando ele sobrevive mais forte
passando pelas humilhações
apenas por não ter onde dormir.

Julgado de burro e incompetente
por não ter o que sempre quis,
humanos sem previsões,
humanos sem precauções.

Aproveitam-se de suas necessidades
pra explora-lo e satisfazer a sua vontade.
Humanos inúteis sempre utilizados,
Humano inútil sempre favorável.

Dinho é assim: um simples coitado,
mas um dia já foi bem notado,
Dinho vale o que tem,
não tem nada, é apenas um ninguém.

Dinho é só o Dinho,
pra quê sobrenome
Se já é um Dinho coitado?

Dinho não é burro, e sim inteligente,
nessa terra de doentes
ele é um nobre sobrevivente.

Vive assim: Cadê o Dinho? 
está por ai?
“O Dinho já ta é bêbado”
“Não quer nada com a vida.”
Julgamento injusto.
“Dinho já vem bêbado!”
Dinho vem feliz por que consegue ser ele mesmo,
e não consegue parar de rir,
ninguém intende,
mas o Dinho já esqueceu o que é dor,
e sorri por achar que é feliz.

Dinho vai ser sempre lembrado
por nunca negar fazer favores,
Dinho vai ser lembrado por não mostrar suas dores,
Dinho só vai ser gente
quando não estiver mais presente,
Dinho não é indigente,
Dinho é um simples inocente.

Dinho se sente feliz
por não ter e não saber aonde ir,
Dinho se sente infeliz
quando pensa em voltar
e ser o que sempre quis.
Seja o Dinho por um dia,
e perceba que você é feliz.


José Mabson 19/06/2011


sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

)**) ALÉM DE MIM

Antes de tudo
nada me atraia,
eu imaginava fantasias
de que o amor não existia.

Antes de você
nada me aconteceu,
tudo que passou 
e o que a gente nem viveu.

Antes de mim
não via nada em ninguém,
Meu eu egoísta
te procurava muito além,
além do infinito.

Além do que preciso,
além do que é sentido,
te procurava logo ali
onde não se sabe ir.

Antes de tudo, você.
Depois de tudo, você.
Agora acontece tudo
entre eu e você.


José Mabson / VinyUchôa
14/06/2011

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

)**) Medo

O que pensarás
se por acaso eu me declarar?
O que sentirás
ao te dizer o que sinto?

Se te falar da agonia que tenho no peito?
o que pensarás 
do que pensei em te dizer?

O que entenderás
se eu não falar o que sinto?
O que pensarás 
se eu fizer o prometido?

Do que me julgarás
se eu não mostrar pra que sirvo?
Por que me condeno
se não cometi nenhum crime?

Por que faço perguntas
se na verdade não quero respostas sinceras?
Melhor assim; não pergunto pra não saber de mim.
De que serviria o 2 Se não existisse 1?

VinyUchoa e José Mabson
14 de Junho de 2011