Sabe quando você encontra
a mesma pessoa todos os dias e por muito tempo? Que sempre acontece aquele
momento de silêncio e você já nada tem a falar e nada mais pra ouvir? Sabe
aquele momento em que você sorri forçado pra não desanimar quem te conta uma piada
com as melhores intenções de te agradar? Sabe aquele momento em que você se
torna a piada sem graça por não querer mudar? Sabe aquele momento em que você
quer simplesmente dizer adeus ao mundo, a tudo e simplesmente sumir e acaba não
sumindo por não ter ou saber pra onde ir? Enfim, Sobreposeando é um blog onde
praticamente sempre falei de mim, variei de assuntos que foram de mendigos a
copa do mundo, de amor e por conseqüência a dor, escrevi de um tudo e não disse
nada, não fui ouvido e nem entendido por mim mesmo, se alguém entendeu por
favor me falar em particular. 152 postagens completadas hoje, de minha parte
são no total de 72, algumas em parcerias com os outros membros do blog e
algumas com outros amigos. Quase 50% de participação, quase nada de mim a
disposição, meu estoque de besteiras escritas já estão no limite, forçar pra
escrever não pretendo e nem me arrisco a tal coisa. Vários motivos motivam a
desmotivar, de repente você se pega cheio de tantos olhares vazios, você passa
a perceber que nada foi como você achou que tivesse sido e nem vai ser como
você achou que seria. Quando escrevo em 90% das vezes falo sobre mim, quando
falo pessoalmente falo o que tem que ser dito a quem quer que seja, falo até
mesmo de mim, mas procuro o olho no olho, falar olho no olho te proporciona até
mesmo a vantagem de não precisar falar, os olhos falam, as bocas que calam
quando em tua presença ficam são as mais perigosas em tua ausência, mas a
consciência de seus atos são individuais, por isso não te abale aos comentários,
não te rendas perante as críticas, não te cale nunca, mas seja no mínimo
sincero, direto, seja bruto se necessário, seja doce com quem é amargo se for o
caso. A vida é realmente um vácuo...
(***)
Passei horas contando minutos
E em segundos percebi os meses
Que por anos e anos são iguais,
E por esses dias nem são reais.
Tão comum o incomum consumir
Toda a idéia de sua ilusão,
Tão normal o inútil te servir
Quando você está mal.
Tão vulgar na sua cara não falar
O que em tua garganta está,
Tão difícil esperar (dos outros)
O que você não faria igual.
Que vantagem você se permite
Quando alguém a ti se permite?
Onde está o prazer em não falar
O que você não quer guardar?
Contei os minutos pelas moedas
Que o tempo não juntou,
Cortei os laços das correntes
Que fingem ser atraentes.
Tentei sempre me culpar
Pra não ver alguém chorar,
Tentei não fazer por mim
E fiz de tudo pra te ver sorrir.
Inutilmente, como sempre
Insuportavelmente como nunca
Verdadeiro o tempo todo,
Insuficiente pra ti hoje!
Dos meus bolsos os prazeres
Do teu permanecer intacto,
Do teu bolso o prazer em dizer
Que és tudo e eu tão pouco.
Das minhas mãos faço meu pão
Das minhas mãos saem verdades
Dos meus olhos sinceridades
No meu peito não há vaidade.
Do meu ego não sai egoísmo
Dos meus dentes mordidas suaves
Dos sentidos nada se perde
Não te percas por não conhecer
As verdades que achas que fala,
Não te aches achando que és,
Não és nada, como também não sou,
Mas me assumo, pulo
Caindo depois levanto.
José Mabson 21/02/2014
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