sábado, 9 de agosto de 2014

FACA DE DOIS RUMOS

A postagem de hoje já tem um bom tempo que foi escrita, não espero que gostem, na verdade não espero nada com isso....



***********************


PAI, 3 letras enormes que pouco me atrai.
A pouco menos de um ano me testei pra comprovar se ainda consigo sentir emoções, e pra testar isso procurei encontrar o meu "pai" após 12 anos sem contato ou noticia alguma, falta diretamente nunca me fez,
indiretamente talvez sim, (financeiramente) não creio que sua ausência ou presença fantasma tenha interferido em minha personalidade. Nem tão pouco posso culpa-lo, cada qual com sua consciência.
A minha por exemplo não é tão leve quanto parece, me defino: "me tornei meu pai precoce a muito tempo". Também sou pai ou pelo menos genitor assim como tive um, não me orgulho em falar que sou pai mas me orgulharia muito em poder agir como tal. 

Aquela velha história: vou superar as dificuldades e mostrar a todos o quão sou capaz de ser ou ir, como sempre fui dos que discordam de tudo e de todos penso que não tenho que provar nada a ninguém a não ser a mim mesmo, mas nem a mim tento me mostrar capaz. Meu prazer se perdeu a muito tempo a partir do momento em que tive meu primeiro afastamento do meu filho, dizer que não tive escolhas seria tolice minha, escolhi não ser suficiente capaz de manter minha família.

(...)

Esse foi um dos motivos em ter procurado meu genitor após muitos anos, motivo esse seria: Um dia meu filho irá querer justificativas e não desculpas, ela irá me dar o direito de ser ouvido, e por que eu não posso dar esse mesmo direito ao meu genitor?
Confesso, achei que eu sentiria emoção ao reencontra-lo, e descobri o que eu já suspeitava. Sou seco, sou forte, sou fraco, me desmancho em lágrimas por pequenos motivos, por motivos óbvios, mas por esse não senti emoção. O que veio de imediato foram perguntas o tipo: que diferença isso fará? que diferença isso me fez? sinceramente não sei.
Genética se sobressai acima de tudo, eu que tanto julguei, me perguntei: em breve estarei do outro lado da história, castigo ou motivação pra mudar? isso o tempo me dirá, farei o possível pra saber da melhor forma, ou de um jeito menos PIOR.
Tantas histórias que ouvi sobre meu Genitor (Pai), encaixam perfeitamente com as minhas, penso que, por mais não tenhamos convivido juntos, as personalidades se destacam por serem parecidas quase iguais, o que me amedronta é tentar enxergar o futuro comparando as atuais comparações, não pretendo ter o desprezo dos amigos, filhos, esposa... de ninguém, mas se eu não fizer uma escolha diferente da que venho fazendo isso será inevitável.

Pai, meu AVÔ, esse sim é PAI.
Minha MÃE, essa é MEU PAI.
Minha AVÓ, essa é MEU PAI.
Genitor e eu, nós perdemos o prazer de sermos PAIS.
Lamento, só perdemos.

O QUE É SER PAI?


Quando ouço: “papai!!
Me sinto como sentiu meu pai,
Longe, ausente mesmo,
Quem dera fosse um longe de distancia,
Mas infelizmente é um longe
Moral, um longe emocional
Um longe financeiro, longe que faz mal.

Quando ouço:“papai!!
Me desmancho, me quebro,
Me pergunto “Será que sou capaz?
Muitas vezes me escondo
Pra não ouvir: “papai!!

Quando ouço: “papai!!
Questiono até Deus,
Pergunto se mereço,
Me sinto incapaz.

Quando ouço: “papai!!
Dane-se o mundo
Dane-se até a mim
Esse “papai!!” que escuto
Me mata, me humilha
Pergunto à Deus
por que me fizeste pai?”

JoseMabson
12-04-2014












José Mabson
09/08/2014


2 comentários: