Escrevo hoje baseado em uma situação de alguém que conheci e infelizmente chegou a falecer, escrevo hoje não inspirado mas, por necessidade, não de resolver e sim apenas de desabafar, não entrarei em detalhes, seria falta de ética citar nome. Resumindo tudo em poucas palavras: um belo corpo coberto por marcas de propagandas não demonstra o quão podre se encontra seu corpo.
Violão sem cordas
Um corpo violão,
Violado por vícios que destroem
Corpo, alma e coração,
Belas pernas que já nem andam
Antes fascinavam olhares
De desejos e loucuras canais.
Um corpo frágil desprezível
Enrugado pela vida que cruel foi,
lentamente.
Um olhar envergonhado
Por demonstrar arrependimentos
Corpo que hoje pede socorro,
Por na cara mostrar um pedido:
Socorro!
Um corpo em carne e osso
Atitudes de quem se acha imortal
Vida boçal, nada importa preço
Desprezo hoje nos olhares, fatal.
Hoje o que exibe vale mais
Ostenta a realidade cruel,
Contradiz o que sempre planejou
E só lamenta o tempo que perdeu.
Um corpo humano abusado
De forma desumana, acabado
Uma vida superficial escrota
Uma doença fatal, a solta.
Cuidados em aparências inúteis
Roupas, calçados e jóias,
Buscando apenas olhares
Buscando coisas que de nada valem.
José Mabson
26/06/2015