sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

(***) Felisc/idad/em vista


... Tá logo ali em frente, é só buscar, correr atrás, mas parece ser incansável, tá logo ali mas nunca se conquista. Triste destino de quem busca a tal felicidade, hipocrisia diria, ninguém nunca se contenta com o que tem, nunca reconhece que já é feliz e deixa tudo passar ou fica sempre a invejar a "felicidade" alheia, o que define a felicidade? Por que todos a querem quando já a tem e não valoriza? Prazer egoísta seria? O que leva uma pessoa a opinar sobre quem vai te fazer feliz? Geralmente as pessoas se julgam capazes de fazer alguém feliz quando nem consegue fazer isso a si mesmo, desejar o que faz bem é normal, mas por que desejar o que não está a seu alcance parece mais prazeroso? Ambição é uma coisa boa e válida quando você põe metas e conquistas em sua vida, realizações pessoais e profissionais é necessário ter ambição pra conseguir, falta de ética e inveja pra tais finalidades não são boas coisas.
Enfim, posso até não ser feliz, porém tem sempre alguém querendo meu lugar, tem sempre alguém querendo algo que você tem, (as vezes a única coisa que você tem) qual prazer se acha nisso? O ego sempre falando mais alto dentro dessas pessoas vazias, o ego sempre em busca de algo por pura vaidade não dura muito e nem trás uma boa boite de sono.
(***)
Conheço-me quase nada, mas o suficiente pra me dar por desconhecido nesse mundo aberto e desatento a tudo que importa e preso ao que de nada serve. Conheço um mundo onde só eu sei andar, não que seja um mundo perfeito, não que seja um mundo só meu, mas nesse mundo apenas eu sei andar...
Lá não tenho ninguém e nada a agradar, lá não tenho ninguém a seguir e muito menos a me acompanhar, um mundo de onde eu não queria estar, um mundo onde posso estar, quando preciso, nunca quando quero.
Pessoas no nosso mundo não vivem sem com a do próximo se preocupar, pessoas não vivem sem a nada criticar, e o olhar pra dentro, alguém lembra de olhar?
As vezes me pego pensando: no que as pessoas que nada pensam costumam pensar?
Conheço-me o suficiente pra nunca me deixar influenciar, conheço-me o necessário pra não aprender a amar, conheço-me quase nada pra em tudo querer arriscar. Um salto no escuro do alto de um trigésimo andar é o mesmo que viver, é o mesmo que se apaixonar. Uma queda livre as vezes cai bem, "quedalivre", livre de amor, livre de tudo, uma queda só minha pra que só eu também possa levantar. Nada conheço sobre o amor, nada sei sobre amar, e amo esse meu lado bruto que doce consegue se adaptar, doce consegue chorar sorrindo pra que minha dor não possa te machucar. Nada sei sobre o amor, sobre isso não pretendo me informar, se for pra amar que seja de improviso, não adianta e nem serve de nada isso programar. Nada sei do amor, e daí? Alguém sabe? Caso sim comece a me explicar.
Conheço-me tão pouco que posso até me arriscar em descobrir o amor, mas será impossível que ele chegue a durar.


José Mabson
Ontem e hoje
22-23/01/2015

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