Mulher-Mãe / Eu Sou Mulher

Hoje saindo uma postagem dupla, um texto meu e um de uma amiga que adoro.
Não esqueçam de ir da uma olhada em seu blog também: Ventos de Amora.
Ficou um pouco grande, mas nada que chegue a um livro (kkk)
Boa noite.

Mulher-Mãe

Acordar de madrugada, da um beijo em cada filho e sair antes do sol da o ar da sua graça, enfrentar ônibus lotado por mais de hora fora a caminhada ate o trabalho, ralar durante o dia todo, passar no mercado e comprar as coisas que faltam, enfrentar outro ônibus cheio para casa, ajudar os filhos na tarefa, fazer comida, assistir sua novela e tomar o seu café agradecendo ao seu deus por mais um dia, com a esperança que um dia há de melhorar, que vai poder dormir até mais tarde, que não vai se preocupar com o medo de não poder comprar roupa de final de ano para as crianças e que vai visitar a família nas férias. 

Guerreira, mãe, enfermeira, professora, psicologa, advogada, delegada, faça mal a qualquer um, mas não chegue perto dos seus filhos, por ai iremos ver a justiceira. 

Sozinha no mundo pra educar e cuidar, solitária nesse mundão, na selva de pedra mais uma sobrevivente, um sonho? Vários, educar os filhos, poder voltar a escola, encontrar uma pessoa que cuide dela e das crianças. 

Guerreira, mãe, enfermeira, professora, psicologa, advogada, delegada e justiceira, mas ainda é mulher e tem os seus desejos, por que não? Se arruma todos os finais de semana, vai sambar na roda e mostrar seu rebolado, esquecer das dores da vida e ter umas horas de alegria, sambando ela se revigora e joga a tristeza fora. 

A noite a caba, o tambor e o cavaco para de tocar, hora de ir pra casa, deitar e sonhar, dormir para mais um dia de rotina começar... 

...Acordar de madrugada, da um beijo em cada filho e sair antes do sol da o ar da sua graça...

VinyUchoa

(***)

Eu Sou Mulher

“Eu sou mulher, eu sou flor, sou poderosa (...)”. Assim começa a música “Eu sou mulher” de Benito di Paula. Uma bela frase para mulheres que assim como eu, se sentem como flores, mas que também sabem do seu potencial e sua força.

Eu não diria que sou muito “flor” ou que tenho muito jeito para ser delicada, nessa aula eu faltei, até um pouco demais. Assim como várias outras mulheres, passei por muitos momentos ruins, de dificuldades, mas como assim é a vida, o negócio é levantar todos os dias e ir à luta, né? Eu vivia em um mundo onde eu não via essa realidade dura, com tanto ódio ou preconceito, mas nos últimos meses conheci bem e senti na pele os olhares afiados, gélidos e ‘rotulativos’. As únicas perguntas que venho trazendo até hoje é: Por quê? Eu prejudico alguém sendo da forma que sou? Eu causo algum mal seguindo minha vida sozinha e sendo dona do meu nariz, trabalhando e pagamento minhas contas sem depender do sexo oposto? Não sei para vocês, mas para mim, a resposta é não.

Viajo sozinha sim, vou para o bar ver o jogo e beber uma cerveja com os amigos sim, trabalho e cuido da minha casa, compro minhas coisas com toda certeza. Mas o que me chamou muito atenção e fez com que eu começasse esse texto, foi um texto patético e totalmente sem nexo, onde eles “analisavam” e mostravam com quais mulheres você poderia se relacionar ou não, e isso em 10 passos, que fácil, não? As que bebem, têm tatuagens, usam roupas curtas, tem o seu circulo de amizades constituído por apenas homens, entre outras características, simplesmente fuja delas, segundo eles, essas mulheres são promíscuas, vagabundas e te trairá, ok? Mas a melhor característica ainda estar por vir, a que eu mais “adorei” e estou tentando até agora entender: As mães solteiras! Sendo então, a pior característica que as mulheres poderiam ter, dispensando qualquer outra análise, caso elas passem dos itens citados. E até outro nome além do de registro o filho leva de brinde, EAA (esperma alheio ambulante), sem contar no medo de caso se separarem e terem que pagar uma pensão para esse filho que não são deles.Epor fim, eles terminam o texto de suas maravilhosas análises, dizendo a seguinte frase: “Se case com uma mãe solteira e realize seu sonho de infância, o de se tornar um super-herói: O Capitão Salva Putas!”. 

Calma! Vamos agora analisar, não vou usar nenhuma outra pessoa, não vou citar nenhum outro nome, vou me usar, eu me conheço e sei o que passo todos os dias. Ser mãe solteira, nem sempre é uma escolha da mulher, nem sempre é algo desejado por ela, até mesmo porque, do modo tradicional não se faz filho sozinha. Queria eu que esse texto não passasse apenas de um momento estúpido, em que o autor não pensou na hora de escrever. Porém, é uma realidade muito viva, onde vários homens – não estou dizendo todos – pensam dessa forma. Cara, por favor! Abra sua mente, olhando para mim, eu não consigo imaginar na dependência de um homem ou de qualquer outra pessoa. Qual é o sentindo em perder o seu direito, onde você pode acordar todos os dias eir trabalhar, correr atrás dos seus sonhos e objetivos. Poder comprar suas coisas e as do seu filhocom o seu próprio dinheiro, que veio do seu suor, é a melhor sensação do mundo. Acredito-me, que nenhuma ou quase nenhuma mulher deseja outro pai para seu filho, desejamos apenas que os trate bem e que haja respeito, nada além disso. 

No caminho do meu coração, não quero ter um parasita e também não quero ser. Não espero que alguém faça o meu papel ou que eu tenha alguma ajuda, tenho vivido até aqui caminhando sozinha, esbarrando em um e outro, alguns que me colocam pra cima e outros que insistem em me prejudicar. 

Então, acho que cresci o suficiente para saber que depender de alguém não é nada bom. Se quiser algo, busque! Não é uma tarefa fácil, é um caminho árduo, doloroso, onde pensamos em até desistir, mas por nossos filhos meu querido, passamos por cima, de qualquer um, de qualquer comentário besta, de qualquer pensamento arcaico, pois em casa temos o nosso maior bem, onde a insignificância da existência de pessoas assim, é enorme. E tenha certeza de que, quem quer distância de pessoas assim, somos nós e não vocês. Pois se somos fortes o suficiente para levar tudo nas costas, somos “poderosas” demais para viver perto de quem quer nos diminuir. “Escravidão maior não há do que depender da opinião alheia.”