sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Ser muito pouco

Me faz ter os melhores sonhos e piores pesadelos
A quem na presença durmo como uma pedra
E na ausência meus olhos nem cochilam
Proporcionando as mais lindas sensações
Me rasgando ao meio dia após dia

Dois extremos tão cruéis
Dois destinos tão distantes
Ponta a ponta sem realidade
Vão em vão com essa vontade

Olhos marejados
Sorriso abobalhado
Pensamento distante
Corpo cansado

Esforços inúteis
Justificativas sem crédito
Exposição sem nexo
Leitura incoerente

Olhar nos olhos dói
A ponto de queimar por dentro
A ponto de sumir todas as palavras
A ponto de me perder no nada

Tudo vai sendo "empurrado com a barriga"
Ouvindo que é tarde demais
Que tudo é demais
Que eu sou demais

Que doce ironia...
Ser demais e não servir
Ser tanto e tão pouco
Ser nada

Maria Mercedes
05.12.2014
4h04

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