segunda-feira, 10 de agosto de 2015

)***) Peles & Peles

"Distorção de um poema escrito sem direção, com toda melhor intenção! A quem? pra quem?
Enfim, seja esse alguém, seja quem quiser!"


Quando os olhos já desejam a pele, a carne, o cheiro, os olhos que apenas sentem sem nada enxergar, olhos famintos cheios de instintos, desejos, prazeres, a pele morena sem marcas, marcada com sabores, texturas, a pele morena de excesso, excesso de querer, de prazer. Sorriso que atrai pelo excesso de sinceridade, pelo excesso de felicidade, como olhar, ouvir sem desejar? Ah pele morena que em perfeito corpo está, em saboroso corpo tal pele preenche. Se possível um dia for acessível um momento em que tudo isso deixe de ser só palavras o momento não menos será que momento sublime do ápice de um prazer, do prazer que não terá como se esconder.
Despir cada canto desse corpo cheio pela pele morena sem pressa por mais que mínima sejam as roupas que o cobrem, sem pressa a cada nó ou laço desatado, a cada peça levada ao chão, sem pressa a cada canto beijar a tal pele totalmente sensível ao toque, entregue aos arrepios provocados pelo desejo e espera do que virá no momento seguinte que não faz questão de pressa a chegar. Mordendo cada pedaço desse corpo que varia de arrepios a lugares úmidos, lugares quentes, que te puxam, te chamam e desejam, sentir teu corpo cheio dessa pele invejada, sentir o mundo nas mãos, sentir que nada mais importa perto de tamanha tentação, leves beijos como quem quer te engolir, violentas pegadas como quem quer te acarinhar, pegadas precisas sem precisar machucar.
Ah pele morena como em ti será penetrar, tocar? Ah pele morena que um dia há de me sugar. Um corpo deitado esperando que o instinto leve o meu ao seu se encaixar, com sintonia invejável os quadris passem a dançar um balé de desejos, cheios de prazeres a cada movimento possível a acompanhar. Pele morena que me deixa sem cor  diante de tanta coisa a imaginar.
Teus olhos que nada querem enxergar, viram, lábios se mordem formando uma face sensual, erótica, vulgar a cada movimento sentido, a cada vai e vem de prazer, ah pele morena, finalmente ao extremo teu corpo vi chegar, teus gemidos seriam impossível não escutar, tuas unhas a me cravar seria difícil não adorar, teu corpo ao extremo do que é possível o prazer provocar.

(***)

Nada se tem quando só se pensa
Nada se pensa quanto nada quer
Nada se quer quando tudo tem
Tudo é desejo, tudo é fogo.

Imaginado cenas sem saber
Sabendo querer o que não pode
Podendo apenas se iludir
Permitir a imaginação além.

Escrever romantismo, erotismo
Fantasiar encenar umas cenas
Que pena, que bom,
Imaginar nem sempre é desejar.

Querer o que não se pode
Egoísmo ou otimismo?
Não desejar o que já se tem
Mau agradecido, ou egoísmo?

Pela morena, branca, amarela
Pele colorida, vestida ou despida,
Corpo quente, frio ou gelado
Tanto faz, o que importa é como se faz, se sente, se entende.

José Mabson

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